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Segundo estudos, índice de desgaste dental em jovens é preocupante

Um estudo feito pela Faculdade de Odontologia de São Paulo (FOUSP) revelou que, apesar do número de adolescentes banguelas ter diminuído nos últimos anos, a condição dos dentes dos jovens tem piorado, principalmente quanto ao desgaste dental. E o problema pode estar associado a uma alimentação cheia de alimentos e bebidas ácidas.

Fonte foto: Shutterstock

Desgaste dental quer dizer perda gradual de substâncias que formam o dente sem interferência da ação de microrganismos nem de traumas.

O desgaste dentário pode acontecer pela exposição do dente a substâncias ácidas (contato com refluxo gástrico ou alimentos e bebidas) ou por fatores de origem física ou mecânica como nos desgastes por atrito (contato dente com dente) ou por abrasão (contato do dente com outros objetos, tipo a escova de dente).

A possível culpa do aumento desse problema é da sociedade industrializada na qual vivemos hoje. O aumento do consumo de refrigerantes, sucos de frutas e frutas in natura pode estar associado ao desenvolvimento e progressão do desgaste dentário. Além disso, hábitos comportamentais nocivos como roer unhas e o estresse também aumentam o problema.

Somado a isso ainda temos o fato de que os dentes estão passando mais tempo na boca das pessoas, afinal, hoje os indivíduos estão perdendo bem menos dentes por cárie do que há 30 anos. Isso quer dizer que eles ficam mais tempo expostos as ações naturais que acontecem na boca, o que também colabora para o desgaste de sua superfície.

A pesquisa

Para chegar a esse resultado, Márcia analisou em um primeiro momento, os dentes de 203 alunos com 15 anos de uma escola em Rio Grande da Serra, interior de São Paulo. Com o objetivo de verificar quantos apresentavam desgaste dental, se esse desgaste prevalecia com o tempo e como era a sua evolução, ela voltou à escola após um ano e meio e examinou os dentes desses jovens novamente.

Na primeira visita ela já observou um índice alto de desgaste dental entre os jovens; 56,3%. Na segunda vez, apesar do número de adolescentes avaliados ter sido menor (apenas 121 ainda estudavam naquela escola), o número cresceu demais; cerca de 80,2% dos alunos apresentaram algum tipo de desgaste no dente.

Problemas mais sérios

Esse resultado é preocupante, uma vez que um desgaste que começa leve, se negligenciado, pode evoluir e comprometer a polpa do dente (parte interna) e causar danos ainda mais sérios como perda dental. Sendo assim podem requerer ações reparadoras invasivas, na maioria das vezes ligada a quadros de hipersensibilidade dentária, alterações das funções dos dentes e comprometimento estético.

Higienização faz diferença?

Embora a higienização bucal seja fundamental sempre, nesse caso não é ela que determina o aparecimento ou não do desgaste. Os desgastes observados independem de bactérias e sim da falta de cuidado da pessoa que mantém hábitos como escovar os dentes com muita força, roer unhas, segurar prego, grampo ou alfinete com os dentes (comum em algumas profissões), fumar cachimbo, etc.

É possível evitar?

Evitar totalmente o desgaste dental é difícil, principalmente porque existe o desgaste considerado fisiológico, ou seja, natural dos dentes. No entanto, é importante o conhecimento destas lesões pelo profissional para controle, baseado em conselhos na dieta alimentar, orientações quanto a escovação e também manutenção e conselhos sobre os hábitos nocivos.

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